VELHO CARREIRO
Velho carreiro
Com a voz rouca e cansada
Conversando com a amada
Que a muito o acompanha.
Fica com os olhos
Marejados quando fala
Das viagens que fazia
Lá pras bandas do Ariado.
Patos de Minas
E Presidente Olegário
Fazem parte do cenário
Que o carreiro percorreu.
Entre veredas
E campinas verdejantes
Cortando vales e montes
Do grande estado mineiro.
A velha sede
Da fazenda abandonada
Lá na baira da estrada
Era ponto de pousada.
Todas as noites
Os carreiros se ajuntavam
E contavam as proezas
De mais um dia na estrada.
Tudo parece
Para ele estar voltando
Em um filme retornando
As lembranças de passado.
A imagem viva
Dos momentos lá vividos
Junto com os velhos amigos
Vai aos poucos machucando.
Não adianta
Nada muda em sua história
Os momentos de outrora
Só existem nas lembranças.
E recordando
Vive o seu dia a dia
Por que o fim da sua vida
Já está chegando a hora.
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